20.2.09

Sobre cartuns e chimpanzés.

Um fato inusitado aconteceu nesta segunda-feira em Connecticut, onde duas mulheres foram atacadas por um chimpanzé de 15 anos.Uma das mulheres era "dona" do chimpanze, que era seu animal de estimação.

Em primeiro lugar, me pergunto se nos EUA pode-se ter animais selvagens como bichos de estimação. Em segundo me pergunto o porquê de ter como um animal de estimação um ser que não pertence
a sociedade humana. A vida em seu habitat provavelmente seria muito melhor. Enfim, o término da estoria é que uma das mulheres, a que não era a dona do animal e pagou o pato pela imbecilidade da outra, ficou com o rosto deformado e atualmente se encontra em estado grave, e que o chimpanzé, Tidus, morreu com dois tiros no peito por dois policiais da regiao.

No entanto, não é esse o fato que está atualmente em discussão aqui (nem nos EUA, onde ocorreu) e sim as repercussões de outros fatos que de alguma forma se interligaram a isso. O cartunista Sean Delonas desenhou o cartum publicado no New York Post no qual referenciava o ocorrido do chimpanzé juntamente com o pacote econômico, proposto pelo presidente americano Obama e recentemente aprovado pelas casas legislativas do governo federal.



"Eles vão ter que encontrar outra pessoa pra escrever o próximo pacote econômico."


Este cartun atingiu uma óbvia conotação racista. Pelos longos anos que a historia nos mostra, não foram poucas as vezes em que se teve comparações aos negros com chimpanzés. O New York Post tentou recentemente se desculpar, de uma forma muito esquisita, afirmando que sente muito pelos que se ofenderam, mas que não se retratarão com os opositores de seu jornal.

Até onde se pode observar, tal atitude de enfrentamento já está na "cultura" jornalística do
New York Post, talvez por ser explicitamente um veículo de um sectarismo conservador. Em um veículo de comunicação, afirmar que um cartun é apenas um cartun é no mínimo desprezar a inteligencia tanto de quem lê quanto de quem o produz.

A sátira e o sarcasmo sempre foram fortes armas críticas, e um bom cartun é puro sarcasmo.
Enfrentamentos como o ocorrido sobre os cartuns de Maomé mostram até que ponto pode-se chegar
ao mostrarmos um dado ponto de vista de forma engraçada.

Viver em um país cuja a história e vivência de racismo traz marcas de anos de lutas e confrontos e onde existe o incômodo de viver com pessoas de cor e origens diferentes e, o pior, de ser governado por alguem de tal descendencia, é achar que este cartun, assim como qualquer outro, é apenas uma mera desculpa para tomar a liberdade de poder manifestar seus preconceitos internos e não mostrar críticas onde de fato elas deveriam caber.

2 comentários:

  1. postei primeiro seu safado!
    hahahah

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  2. Não acredito que tenha sido a intenção do Jornal comparar os negros a macacos. É lógico que vem a associação. Assim como durante muito tempo os judeus foram comparados aos ratos.

    Ê memória boa, esta nossa.

    Abraço.

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