30.11.06

Charlie





Encontrei Charlie numa banca de revistas, meio jogado e triste. Sempre fora assim, ja que muitas pessoas preferem ignora-lo a responder suas duvidas existencialistas. Garoto triste o Charlie. Seus amigos não aparentavam serem sempre amigaveis. Não como os amigos deveriam ser. Sempre achei que ele fosse maniaco-depressivo. Me disse uma vez que era apaixonado por uma menininha ruiva da sua sala e não tinha coragem de ao menos lhe dizer um oi. Preferia agir como o sempre. Sonhava seu sonho e via-se novamente na sua realidade. Ele sempre foi cheio de medos.
Uma menina sempre gostava de deixa-lo mais atormentado. Luciola o nome dela. Apontava todos os seus defeitos e medos e o humilhava a frente de todos. O pior que depois o proprio Charlie ia em busca dos conselhos dela. Alem de conselheira antagonica, Luciola era irmã do seu melhor amigo, o Lino.
Esse tambem tem seus medos. A diferença é que ele sempre conseguia enfrenta-los graças a um lenço azul que carregava consigo. Certa vez, contou-me Charlie, que Lino não conseguiu sair de casa simplesmente por ter perdido seu lenço azul. Acho que ele também é meio depressivo.Ter uma irmã que gosta de humilhar os outros deve dar uma certa doença. Alias ela deve ser doente tambem, ja que gosta de um cara que vive imerso num mundo musical, reverenciando o busto de um musico famoso. Acho que começa com B o nome ... Deve ser o Bach.
A unica coisa que sempre era alegre perto Charlie era seu cachorro. Coisa, aliás, não seria um termo muito apropriado, ja que tal animal possuia uma vivacidade muito humana. Fico impressionado como ele "gesticula" ao perguntarmos alguma coisa a ele. Charlie disse que certa vez o viu dormindo em cima da sua casinha de cachorro, deitado de barriga pra cima, feito gente.
Claro que pessoas não dormem em cima de telhados. Ao menos as que eu conheço...
Charlie começou a me dizer que a vida as vezes parece cruel e que com certeza o chão um dia ira de comer os olhos de todos que um dia viram essa luz. Como sempre eu tirei uma piadinha, dizendo que se fosse por isso, os cegos viveriam para sempre. Ele não riu. Apenas disse o que geralmente diz quando sente que o sistema solar gira sobre seus ombros e quando a tristeza aperta seu peito.
- Que puxa....



4 comentários:

  1. Anônimo9:52 PM

    sabe, certas coisas do Charlie pareceu comigo. mais algumas coisas apenas =X
    Otimo texto.
    ahh..
    ainda hj espero o final de leopoldo =S
    hihihih..
    =**

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  2. Anônimo7:45 AM

    Poxa esse mini-conto do Charlie deu um puta saudosismo.

    Apesar de sempre ter gostado mais de tigres de pelúcia e de irônicos gênios infantis, Charlie sempre é um paralelo digno de nota.

    No fundo, a verdade é que Charlie fui eu . . .

    Ps: E o restante do LEOPOLDO???

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  3. essas tuas estórias tão cheias de ruivas! hiuhauihaiuhaiuhah num sei pq... mas tá massa. mas a pergunta q n quer calar é.... quêdi a continuação do leopoldo!?

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  4. Anônimo2:36 PM

    Tá aí... bela homenagem à Charlie Brown... esse desenho deveria ser proibido para as crianças. Hehehehe....

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