25.7.07





Seis Noites


Foram as noites do tempo frio
das nuvens negras da quente cidade
que a pele seca desejou um toque.

Foram as horas de frio tempo
das negras nuvens do chocolate quente
que os labios secos desejaram um toque.

Agora os dias de quente tempo
das brancas nuvens da cidade fria
que os olhos secos desejaram um toque.

Agora os segundos do chão frio
das lucidas nuvens do alcool quente
que a lingua desejou um toque.

Fui e voltei na cuca quente
das enfurecidas nuvens de saudade fria
que as palavras desejaram um toque.

Voltei e fui na cuca fria
das calmas nuvens de saudade quente
que o sorriso desejou um toque.

Agora volto ao espelho frio:
Calma, rapaz! Ouça o rio!
Que pele tem ele a tocar?
Que labios tem ele a tocar?
Que olhos tem ele a tocar?
Que lingua tem ele a tocar?
Que palavras tem ele a tocar?
Que sorriso tem ele a tocar?

Se toque! As noites acabaram!
O retorno tão ansioso e aguardado.
Não mais saudoso, não mais mudado!
Se, como o vento do ceu vermelho
Vê-la desaparecer sem se tocar
Que como o rio tu és represo
Tão logo enfurecido
Barragem de paixão, preso
Tão logo repentino
Correr a vida rumo ao mar...

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